A primeira versão do OS/2 (que ainda não se chamava OS/2) surgiu por volta de 1986 para suprimir as necessidades do 286, embora o lançamento do sistema estivesse muito próximo ao lançamento do 386. Em 1988 o OS/2 1.1 foi lançado, já com interface gráfica e suporte para unidades de disco maiores do que 32MB.
Em 1989, a IBM e a Microsoft lançaram o OS/2 1.2, com um novo Sistema de Arquivos, o HPFS (HIGH PERFORMANCE FILE SYSTEM), ou sistema de arquivos de alta performance. O HPFS leva grande vantagem sobre a FAT para lidar com discos e arquivos grandes. Outra importante adição ao sistema foi a linguagem de lote REXX, que é uma linguagem para escrever programas simples sem compilação, porém muito mais potente que a programação Batch.
A partir de 1990, a Microsoft e a IBM começaram a trilhar caminhos bem separados, com o lançamento do Windows 3.0, que foi um sucesso no mundo inteiro. Devido ao fato do Windows 3.0 ter vendido mais cópias em um mês que o OS/2 em três anos, muitos programadores do OS/2 passaram a programar para o Windows, deixando o campo da IBM ainda menor. Até que em 1991 a Microsoft termina definitivamente o desenvolvimento do OS/2 e o entrega completamente a IBM. Todo o potencial da Microsoft estaria voltado para o Windows.
O OS/2 2.0, que saiu no 1° semestre de 1992 apresentava uma série de novos recursos de compatibilidade, entre eles a possibilidade de rodar programas de Windows e DOS, e já adotava uma tecnologia de 32bits, aproveitando todo o potencial do 386.
Depois do início de 1993 chega o OS/2 2.1, com suporte a multimídia, PCMCIA e potentes controladores de vídeo. Em 1994 foi lançado o OS/2 versão 3.0 e a versão 4.0 lançada em 1996.
Interface
O OS/2 usa uma interface aparentemente muito semelhante a do Windows 95, a Área de Trabalho é composta por janelas e ícones, ele possui uma barra de lançamento rápida de programas totalmente customizavel, que se assemelha ao “quick launch” (implementado somente no Windows 98).
O OS/2 WARP passou a explorar a tecnologia de orientação a objeto a partir da sua 2° versão, lançada em 1992. Dentro de seu Desktop, o uso do recurso “drag-and-drop” é possível em todos os pontos da tela, qualquer ação sobre o ícone reflete no objeto. Portanto se um ícone é arrastado para impressora ele é impresso, se arrastado para o triturador ele é deletado, se arrastado para fax ele é enviado, etc.
Os ícones “sombra” (atalhos) são criados para representar determinado objeto e seu conteúdo, qualquer ação sobre ele reflete no original. Porém se o objeto original for movido de pasta, ainda sim o ícone sombra está ligado a ele, sem perder caminho como os atalhos do Windows, eles se mantêm mesmo que sejam movidos entre diretórios, discos locais ou até mesmo máquinas em rede, caso o original seja deletado todas as suas sombras são automaticamente deletadas com ele.
Sistema de Arquivos
O OS/2 Warp 3.0 suporta o sistema de arquivos FAT (usado no DOS e Windows), a Super FAT e o HPFS, o sistema desenvolvido pela IBM, que explora melhor o disco rígido de grande porte. A Super FAT é armazenada na RAM, o que desgasta muito menos o HD e aumenta a velocidade de acesso consideravelmente. Outra diferença importante é que a Super FAT é desenhada em 32bits, já o HPFS é muito superior a FAT e a Super FAT, suas vantagens são diversas desde suporte a nomes de arquivos de até 254 caracteres, espaços entre caracteres em letras maiúsculas ou minúsculas.
O HPFS ainda permite 64KB de atributos estendidos para cada arquivo, esses atributos podem ser quaisquer informações sobre o arquivo. O sistema de arquivos do OS/2 também ordena a exibição de arquivos de um diretório automaticamente e mantém as informações sobre um arquivo próximo a ele, facilitando a localização de um arquivo em grandes discos. O HPFS também utiliza um sistema de cachê de disco, para melhorar o seu desempenho, usando estratégias de alocação cujo objetivo é assegurar que os arquivos permaneçam contíguos.
Blocos de montagem da estrutura de disco HPFS
Um disco HPFS possui três estruturas básicas a seguir:
BootBlock
SuperBlock
SpareBlock
Exemplo de organização de um disco HPFS:
O BootBlock contém o nome do volume, o número de série do volume, o bloco de parâmetros da BIOS (que informa o numero de cilindros e cabeçotes do disco e o numero de setores por trilha) além do programa de bootstrap do disco. O BootBlock reside nos setores de 0 a 15 no disco rígido. Esses dezesseis setores usam um total de 8KB.
O programa de bootstrap, por ser relativamente pequeno, é usado para carregar outro programa, o OS2LDR, que por sua vez, carrega o núcleo do OS/2, o OS2KRNL. Após o OS2KRNL ser carregado para memória, ele assume o controle do computador e termina de carregar os outros componentes do OS/2.
Comparado ao DOS o programa de bootstrap do OS/2 é muito sofisticado. Enquanto o bootstrap do DOS depende do fato de os arquivos de sistema estar em locais físicos e específicos no disco, o bootstrap do HPFS pode encontrar os arquivos de sistema onde quer que eles estejam, desde que em diretório raiz.
O SuperBlock contem um indicador para a lista de blocos de bitmap, que é uma lista de todos os blocos do disco contendo os bitmaps usados para localizar o espaço livre. Ele também contém um indicador para a lista de blocos defeituosos, um indicador para a faixa de bloco do diretório, um indicador para o Fnode diretório raiz e a data em que o CHKDSK foi executado da ultima vez contra a unidade.
O SuperBlock está no setor 16 do disco. O Fnode é uma estrutura usada no HPFS para especificar a alocação e atributos estendidos a respeito do arquivo ao qual ele pertence, não existe nenhuma estrutura semelhante na FAT. A lista de blocos defeituosos é uma lista de setores inutilizados. Quando um setor defeituoso é encontrado ele é adicionado a esta lista para que não seja mais usado.
O SpareBlock contem o mapa de hotfix, um indicador para a lista de blocos livres de emergência de diretório e uma série de sinalizadores do sistema de arquivos. Ele oferece o mecanismo de recuperação de erros e tolerância de falhas, está localizado no setor 17 do disco.
Sistema de Arquivos divisão dos discos
O restante do disco está dividido em faixas de armazenamento de dados de 8MB corresponde a um bit no bitmap. O bit é definido em 1 quando o setor está vazio quando o setor está vazio e em 0 quando o setor está cheio. As faixas de dados ficam sempre lado a lado assim como seus respectivos bitmaps. Todo o espaço nas faixas de dados é alocado em setores de 512bytes ao invés do cluster da FAT.
O uso de um setor de 512bytes para alocação significa que a média de espaço desperdiçado em disco é bem menor que na FAT, onde as unidades de alocação (Clusters, que são conjuntos de setores) vão de 4 a 32KB. No meio do disco existe uma faixa de 8MB chamada faixa de diretório, que contém informações de diretório. A localização dessas informações no centro do disco diminui a média do tempo de busca e alteração de dados pela metade se comparado com a FAT.
Como a estrutura da FAT é linear e não ordenada, ela deve ser consultada do início ao fim para se achar um arquivo em um diretório. O diretório HPFS, no entanto, é armazenado em ordem alfabética, portanto a busca por arquivos pelo cabeçote do disco é muito menor e mais rápida.
Se um arquivo tiver duas ou mais extensões não contíguas, ele será considerado fragmentado, reduzir a fragmentação diminui o tempo de busca do cabeçote e o número de buscas para acessar os dados de um arquivo. O método usado pela FAT facilita a fragmentação, gravando sempre nos próximos espaços disponíveis e contíguos. Ele faz isso reservando sempre 4KB ao lado de cada arquivo para que esse tenha espaço para se expandir, gravando sempre nos próximos espaços que suportarem o arquivo inteiro.
Segue o esquema com as capacidades do sistema HPFS:
ITEM | CAPACIDADE |
Número de unidades físicas | 24 |
Número de partições | 16 |
Número de unidades lógicas | 24 (C a Z) |
Tamanho da partição | 512GB |
Tamanho do setor | 512bytes |
Tamanho do bloco ( unidade de alocação ) | 512bytes |
Tamanho máximo do arquivo | 2GB |
Memória
Toda memória do computador possui um endereço atribuído a ela. O processador usa esse endereço para recuperar ou alterar o conteúdo da memória em um local em particular. No OS/2, toda a memória é acessada usando-se um endereço de 32bits, esse endereço de 32bits permite até 4.096MB de endereçamento direto, existem dois esquemas para acessar a memória do computador, o plano (usado no OS/2) e o segmentado (usado no DOS e Windows 3.11).
No modelo de memória plano, a memória está totalmente disponível ao processador e podem ser acessados diretamente, os endereços são seqüenciais de 0 a 2³² (4GB). No modelo de memória segmentado a memória total é dividida em segmentos de 64KB, um aspecto importante nessa diferença no modo de gerenciar memória é que no OS/2 o limite de 640KB é inexistente.
Capacidade Multitarefa
O OS/2 Warp, é um sistema multitarefa preemptivo, ou seja, capaz de processar diversos programas concomitantemente. Ele foi desenvolvido desde seu início para ser um sistema preemptivo e essa é uma das suas grandes vantagens.
O sistema preemptivo divide o processador e a RAM da máquina entre os programas de modo que todos fiquem com o suficiente. Diferente do modelo cooperativo de multitarefa, os recursos são totalmente administrados pelo S.O. não podendo ser afetados pelos aplicativos.
O OS/2 roda aplicativos de 16 bits em áreas isoladas na memória, protegendo assim cada um do comportamento falho dos outros.
Hardware
Configuração mínima:
Processador 386 SX ou superior.
4 MB de memória RAM.
HD com 50 MB e com 10 MB adicionais para suporte multimídia.
Unidade de disquete 1.44MB.
Vídeo VGA.
Mouse.
Configuração ideal:
Processador 486 DX ou superior.
8 MB de memória RAM.
HD com 80 MB ou maior.
Unidade de disquete 1.44MB.
Vídeo VGA.
Mouse.
Confiabilidade
O OS/2 é um sistema extremamente confiável, por diversos motivos, muito mais seguro que a maioria das versões do Windows, no que diz respeito aos arquivos, o HPFS tem um ótimo sistema de tratamento de erros, com hotfixies e a fragmentação do disco é mínima, o que também diminui a probabilidade de erro no disco.
Além disso, ele é um sistema realmente preemptivo, e quando um programa tenta invadir a área de memória de outro ele é imediatamente fechado, o que impede que o sistema todo tranque por causa de um aplicativo.
Os arquivos vitais do sistema ficam em uma área reservada na memória que pode ser acessada mesmo que todos os outros programas tranquem. E o OS/2 é um sistema totalmente desenhado em 32bits, e uma das causas da instabilidade no Windows 95 é a mistura de programas 32 bits com programas 16 bits.
O que é novo no OS/2 Warp 4?
Uma das maiores inovações que a versão 4.0, cuja versão BETA trazia o nome de Merlin (não o mago, mas sim um pássaro) foi adicionada o suporte a voz, o Voice Type. Ao invés de teclado e mouse o usuário utiliza o sistema através do uso da voz.
O sistema aceita comandos falados através de um microfone, pode-se abrir e fechar programas, ditar textos e até navegar na internet via voz. Para funcionar de maneira satisfatória, é necessário que o micro esteja preparado com uma boa quantidade de memória, no mínimo 32 MB de RAM.
Com o editor IBM Works, é possível ditar textos, infelizmente não existe uma versão em português. O Voice Type vem acompanhado de um jogo, onde o usuário deve acertar – leia-se ditar – os estados americanos a partir de seu mapa político.
Ele também está muito mais preparado para a internet, com um navegador interno, diversas ferramentas para navegação e suporte nativo a linguagem Java as SUN. E o sistema já vem com um aplicativo de desenvolvimento de aplicações em Java, além do que esta vesão tem suporte à tecnologia Plug-and-Play.
Pacote Office e Ferramentas
Configuração mínima do OS/2 Warp 4.0:
Processador 486 SX ou superior.
12 a 16 MB de memória RAM.
HD de 100 a 300 MB (padrão 200MB).
Unidade de disquete 1.44MB.
Unidade de CD-ROM compatível com OS/2.
Vídeo VGA.
Mouse.
Configuração mínima para suporte a voz:
Processador Pentium 75 ou superior.
32 MB de memória RAM.
HD de 100 a 300 MB (padrão 200MB)
Unidade de disquete 1.44MB.
Unidade de CD-ROM compatível com OS/2.
Placa de Som.
Microfone.
Vídeo VGA
Mouse.
Como solução para ferramentas de escritório para utilizar com o OS/2, recomenda-se o Lotus SmartSuite, um conjunto de ferramentas que conta com:
Editor de texto.
Planilha eletrônica.
Slide-Shows.
Banco de dados.
Capturador de tela.
Organizador de agenda e compromissos.
Planilha eletrônica.
Slide-Shows.
Banco de dados.
Capturador de tela.
Organizador de agenda e compromissos.
Um conjunto de ferramentas que trabalha de maneira estremamente produtiva em rede, além do Lotus SmartSuite, existem outros produtos tais como, IBM StarOffice um puco mais simples, porém muito funcional e o novo OpenOffice.Org, considerado hoje em dia o mais completo pacote office, compatível com diversos tipos de documentos entre eles do Microsoft Office, o OpenOffice é uma alternativa 100% viável uma vez que seu código fonte é aberto, e sua licença é livre.
Bem postato, parabéns. Aguardo pelo portal.
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